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‘’Furiosa’’ expande o universo Mad Max e complementa ‘’Estrada da Fúria’’

Prelúdio é o quinto filme da franquia, focando na personagem originalmente interpretada por Charlize Theron

Gabriel Araújo
Por: Gabriel Araújo
03/06/2024 às 07h00 Atualizada em 03/06/2024 às 08h58
‘’Furiosa’’ expande o universo Mad Max e complementa ‘’Estrada da Fúria’’
Imagem promocional do filme ''Furiosa: Uma Saga Mad Max''. Foto: Reprodução/Warner Bros Pictures

No final dos anos 70, George Miller, que até então era médico, resolveu iniciar uma carreira no cinema, com um filme que viria se tornar um marco da cultura pop. Trata-se de Mad Max, protagonizado pelo até então novato Mel Gibson (Coração Valente), e que contou com uma produção completamente caótica, com direito até mesmo a um processo de redublagem para o inglês americano, pois os produtores acreditavam que o público estadunidense não entenderia o sotaque de Gibson. O filme foi um sucesso absoluto, e rendeu duas sequências, uma em 1981 e outra em 1985, ambas bem sucedidas, e no terceiro filme, contou até mesmo com a marcante canção ‘’We Don’t Need Another Hero’’, da saudosa Tina Turner, que também atuava no longa.

Por muito tempo circulou-se a possibilidade de haver um quarto filme da saga pós-apocalíptica, mas nada que fosse muito para frente. Eis que em 2015, a franquia retorna com um novo filme, intitulado de Mad Max: Estrada da Fúria. Funcionando como um soft reboot (expliquei esse conceito em minha crítica de Planeta dos Macacos: O Reinado), o filme trazia mais uma vez Miller como diretor, e elevou o nível para algo nunca antes visto na franquia. Estrada da Fúria venceu 6 oscars e foi um sucesso absoluto entre público e crítica, com muitos veículos especializados concedendo a ele o título de ‘’o melhor filme de ação do século XXI’’.

Com a enorme repercussão, não demorou muito para George Miller anunciar que seria feito um longa focado apenas na personagem Furiosa, que foi apresentada em Estrada da Fúria, e que roubou a cena completamente. Primeiro, foi dito que seria uma sequência, depois foi revelado que na verdade seria um prelúdio. O fato é que essa história se arrastou por anos, o interesse pela franquia Mad Max por parte do público caiu, e para piorar a situação, houve uma briga judicial entre a produtora de George e a Warner Bros Pictures. Até que, ano passado, Furiosa: Uma Saga Mad Max, teve sua primeira exibição ao público realizada na CCXP (Comic Com Experience) em São Paulo, com a presença de George Miller, Chris Hemsworth (Vingadores: Ultimato) e Anya Taylor-Joy (A Bruxa), a intérprete dessa versão da personagem. Também foi exibido no Festival de Cannes pouco antes de lançar em circuito comercial.

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Com essa bagagem, Furiosa: Uma Saga Mad Max tinha tudo para ser afetado de alguma maneira enquanto produção cinematográfica, mas a verdade é que o filme pouco sente o peso de seu passado, focando em nos dar um vislumbre da história de origem empoderada personagem dessa saga, interpretada brilhantemente no passado por Charlize Theron (Atômica).

Charlee Fraser em cena do filme ''Furiosa: Uma Saga Mad Mad''. Foto: Reprodução/Warner Bros Pictures

 

O filme abre com uma sequência que simbolicamente nos mostra que apesar de toda a hostilidade, ainda existe esperança nesse universo em que água tornou-se um item cobiçado. Com uma versão mais jovem ainda de Furiosa, interpretada por Alyla Browne (Destemida), somos apresentados a um oásis no meio do vasto deserto, onde ela é sequestrada por uma gangue de mascarados que usam rostos de caveiras. É aí que entra em ação, da maneira mais literal possível que cabe a essa palavra, a mãe de Furiosa, Mary Jo Bassa, interpretada por Charlee Fraser (Todos Menos Você), que apesar de possuir uma participação curta, é o suficiente para ser marcante, com suas habilidades como atiradora profissional, e pilotando uma moto em chamas.

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Ainda passamos um bom tempo acompanhando Furiosa criança, quando somos também introduzidos ao antagonista do filme, Dr. Dementus, interpretado por Chris Hemsworth, que aqui se sente na total liberdade de colocar para fora todo seu sotaque australiano, visto que, com exceção de Estrada da Fúria (filmado na Namíbia), todos os longas foram filmados lá. Um personagem interessante e com ótimas linhas de diálogo, também promovendo toda a loucura que seu personagem traz para movimentar a história. Não demora muito para sermos novamente apresentados a personagens que sabemos que futuramente serão ainda mais relevantes no arco dela, como Immortan Joe e Rictus Erectus.

Chris Hemsworth em cena de ''Furiosa: Uma Saga Mad Max''. Foto: Reprodução/Warner Bros Pictures

 

Enfim, nos deparamos com Anya Taylor-Joy como a protagonista. Possuindo cerca de 30 linhas de diálogo em todo o filme, a atriz precisa transpor muito dos sentimentos da personagem por meio da linguagem não verbal, e isso ela consegue fazer de maneira muito eficiente. Sendo bastante expressiva no olhar, Anya nos permite ter acesso ao que permeia a personalidade de Furiosa, e o que a motiva a seguir em frente, mesmo em um universo completamente caótico e aparentemente fatalista. Um personagem que divide alguns momentos-chave da história com ela é Pretorian Jack (Tom Burke), que não chega a ter nenhum momento de muita expressividade, mas também não chega a ser um grande problema.

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Se você resolve ver este filme esperando acompanhar cenas de ação de tirar o fôlego como seu antecessor, com certeza será muito agraciado com o que é apresentado aqui. Ainda que não seja completamente inventivo como ‘’Estrada da Fúria’’, Furiosa cumpre bem o objetivo de trazer sequências empolgantes de se assistir, mesmo que isso não fosse uma obrigação, pois a julgar os elementos que a narrativa propõe, não precisaria necessariamente seguir por esse caminho.

George Miller tem um completo domínio da linguagem cinematográfica que escolhe trazer para essa franquia, com takes que são uma assinatura da franquia Mad Max. A trilha sonora, mesmo que não seja tão evidente quanto à anterior que também é de Junkie XL, complementa positivamente os momentos em que há necessidade de uma trilha. Alguns segmentos me incomodam em relação ao CGI, que parece não ter tido um cuidado tão grande no tratamento, mas nada que chegue a atrapalhar muito a assistida. Se no antecessor, tínhamos cenas que enchiam os olhos pela cinematografia, aqui ainda temos isso, e são momentos que servem até para termos um respiro no meio de tanta agilidade.

Anya Taylor-Joy em cena do filme ''Furiosa: Uma Saga Mad Max''. Foto: Reprodução/Warner Bros Pictures

Falando um pouco sobre a construção do roteiro, muitas vezes, é mais sobre o universo que permeia Furiosa do que sobre a personagem em si. Não falo isso como um defeito, mas evidencia como Miller está mais preocupado em trazer uma ambientação que seja justificável para entregar pontos-chave de seu interesse para a mística desse mundo.

Furiosa não brilha tanto quanto Estrada da Fúria, mas funciona de maneira complementar, nos respondendo perguntas que o filme anterior deixou no imaginário dos espectadores, tendo um resultado bastante positivo.

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A coluna é assinada pelo jornalista Gabriel Araújo, que possui mais de 5 anos de experiência quando o assunto é o mundo audiovisual. O "Claquete Geral" foi feito pra quem ama cinema. Siga-nos no instagram @claquetegeral !
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