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Longe de ter a magia da animação, remake de Lilo & Stitch tropeça na nostalgia

Entre cópias de cenas e personagens diluídos, o filme perde sua identidade.

Gabriel Araújo
Por: Gabriel Araújo
30/05/2025 às 15h44
Longe de ter a magia da animação, remake de Lilo & Stitch tropeça na nostalgia
Imagem promocional de ''Lilo & Stitch''. Foto: Reprodução/Walt Disney Pictures

Se você, assim como eu, foi uma criança que cresceu nos anos 2000, é bem provável que tenha assistido a Lilo & Stitch (2002). O filme animado foi um verdadeiro fenômeno da Disney no início do século, rendendo sequências em home video e uma infinidade de produtos licenciados. Com personagens carismáticos e uma história comovente sobre família e pertencimento, a animação original conquistou o status de clássico ao longo dos anos. Por isso, dentro da atual onda de remakes live-action do estúdio, era só questão de tempo até que Lilo & Stitch também ganhasse sua versão em carne e osso.

Dirigido por Dean Fleischer Camp, responsável pelo aclamado Marcel the Shell with Shoes On (2021), o remake chega 23 anos após o original — e em um mundo bastante diferente. Ainda assim, a Disney opta por permanecer em sua zona de conforto ao longo de 1h48min, entregando uma adaptação que, em grande parte, se limita a replicar cenas do filme de 2002. Curiosamente, as poucas mudanças feitas ocorrem em elementos-chave do desfecho, o que desagradou parte do público.

Maia Kealoha e Sydney Agudong em cena de ''Lilo & Stitch''. Foto: Reprodução/Walt Disney Pictures

Apesar disso, Lilo & Stitch (2025) não é um completo desperdício. Um dos pontos altos é a transição visual do personagem Stitch do 2D para o 3D. A criatura alienígena continua carismática, caótica e divertida, sendo responsável por alguns dos melhores momentos do filme. Já no elenco humano, o maior destaque vai para Sydney Agudong, que interpreta Nani, irmã mais velha de Lilo. Agudong entrega uma performance emocionalmente sólida, assumindo até mesmo certo protagonismo em momentos importantes.

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Lilo, por sua vez, é interpretada por a jovem Maia Kealoha. Embora se esforce, a atriz não consegue transpor toda a complexidade e personalidade vibrante da personagem para o live-action. A adaptação da garota excêntrica e cheia de imaginação para o "mundo real" parece esvaziada.

Zach Galifianakis e Billy Magnussen em cena de ''Lilo & Stitch''. Foto: Reprodução/Walt Disney Pictures

Outro ponto frustrante é o desperdício de talentos do elenco de apoio. Um exemplo claro é Zach Galifianakis, que interpreta o cientista alienígena Jumba. Aqui, ele aparece em sua forma humana durante todo o tempo — provavelmente por questões orçamentárias — e tem sua participação reduzida, sem espaço para usar seu timing cômico e improvisação, que poderiam ter enriquecido bastante o filme. Aliás, o humor do longa é um dos problemas: previsível e engessado, não consegue capturar o mesmo espírito leve e inesperado do original.

A narrativa, no geral, soa sem alma — algo irônico, considerando que muitas cenas são um “copia e cola” do filme original. As referências a Elvis Presley continuam presentes, mas agora soam como acenos decorativos, sem o mesmo peso narrativo que tinham em 2002. Personagens secundários marcantes também foram diluídos a meras participações pontuais, tirando muito da riqueza do universo que fez o primeiro filme tão especial.

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Cena de ''Lilo & Stitch''. Foto: Reprodução/Walt Disney Pictures

No fim das contas, Lilo & Stitch (2025) parece mais um lembrete de como o original ainda funciona perfeitamente bem por si só. E essa sensação não é exclusiva deste título — ela ecoa por praticamente toda essa nova safra de remakes live-action da Disney. Rever o filme de 2002 acaba sendo uma experiência mais gratificante do que embarcar nessa nova versão.

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A coluna é assinada pelo jornalista Gabriel Araújo, que possui mais de 5 anos de experiência quando o assunto é o mundo audiovisual. O "Claquete Geral" foi feito pra quem ama cinema. Siga-nos no instagram @claquetegeral !
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