Após a Prefeitura de Sobral divulgar que herdou uma dívida superior a R$ 300 milhões da gestão passada, incluindo um empréstimo com a Corporação Andina de Fomento (CAF), o ex-prefeito Ivo Gomes rebateu as críticas e defendeu o uso dos recursos.
Em nota publicada nas redes sociais nesta quarta-feira (14), Ivo afirmou que todas as obras financiadas foram devidamente fiscalizadas pelo banco e que os investimentos “impactaram positivamente a vida de milhares de pessoas pobres na sede e distritos de Sobral”.
A gestão atual, liderada pelo prefeito Oscar Rodrigues, informou ter pago R$ 20,8 milhões no último dia 9 de maio, referentes a uma das parcelas do empréstimo. Segundo a prefeitura, os débitos deixados “criarão um problema financeiro para os quatro anos da atual gestão” e dificultarão a implementação de novos projetos. Também destaca que “o pagamento dessa dívida demonstra a qualidade, a capacidade de administração da atual gestão e a responsabilidade de honrar compromissos, ainda que herdados”.
Em resposta, Ivo afirmou que o empréstimo foi amplamente discutido, aprovado por vereadores da oposição na época e elogiado por órgãos como o Ministério da Fazenda e o Senado.
“Governos são permanentes e investem em obras de médio e longo prazos. O atual prefeito disse na eleição, por pura ignorância, que gestão pública era muito fácil. Era só ‘sentar na cadeira e esperar a verba chegar’. Acho que tá na hora dele parar de procurar culpados pelo seu fracasso e começar a trabalhar”, escreveu.
O ex-prefeito também questionou o argumento de falta de recursos, mencionando a criação de oito novas secretarias e o pagamento de gratificações “com valores altíssimos” pela nova gestão. Para ele, a divulgação da dívida seria uma tentativa de “criar uma cortina de fumaça pra tentar abafar a inoperância e falta de preparo” do atual governo.
A prefeitura municipal informou também que Oscar Rodrigues e uma equipe de técnicos das Secretarias de Urbanismo e Meio Ambiente (Seuma) e da Infraestrutura (Seinfra) estão fiscalizando as obras que foram iniciadas na gestão passada e apontaram que existem obras inacabadas ou com uma produtividade mais baixa.