Quando você pensa na sua vida hoje, você consegue elencar quais tem sido as áreas de prioridade? Uma vez eu fiz essa pergunta para uma pessoa que estava passando por problemas de saúde mental devido ao alto índice de estresse no trabalho e ela falou que sua prioridade na vida era o trabalho e a família.
Você consegue ver o que falta nessa resposta? Consegue identificar qual área é muito importante e não está sendo priorizada? Pois bem, vou te contar, falta uma grande área chamada saúde, trago saúde aqui no contexto amplo, no que se refere a promoção de bem-estar.
Por mais que você ame seu trabalho ele não dá conta da complexidade da vida, pois a vida é como uma teia que se interliga e se retroalimenta nas suas diversas áreas. Apesar da grande importância do trabalho ele sozinho não supre todas as nossas necessidades, pelo contrário pode gerar muitos problemas que futuramente te impede inclusive de realizá-lo.
Um outro ponto importante é que nós seres humanos somos seres de relação, não nascemos para viver isolados, precisamos do convívio social para nossa sobrevivência. No entanto o que tem acontecido é o oposto disso, cada vez mais as pessoas estão se distanciando da vida em coletividade, do contato com o outro e isso por diversos motivos.
Infelizmente o nosso próprio sistema tem incentivado essa vida mais isolada, sempre que rolo os vídeos das redes socias é comum ver títulos que ensinam e exaltam a vida solitária. Porém, confesso que tenho opiniões divergentes sobre esse tema, é claro que precisamos aprender a estar sozinhos em alguns momentos e curtir a nossa companhia, mas isso não deve ser o habitual, o constante. Nós crescemos na relação com o outro e aprendemos, inclusive, quem somos, a partir dessa relação com o outro.
Preciso te dizer meu caro leitor que existir plenamente é ir além do comodismo, sim, do comodismo, da zona de conforto, a qual acredito que nem esteja mais tão confortável assim, mas que ao mesmo tempo não te coloca em risco, te mantem na mesmice de uma vida pacata.
A cada dia estamos mais atolados em uma vida automática, na rotina monótona que não nos permite criar, reclamando do cansaço e das faltas que aos poucos conseguem aparecer para você.
Entretanto, não existe mudança sem movimento, é preciso coragem para perder e abrir espaço para o novo. O medo de arriscar nos mantem naquilo que já não nos alimenta, nos mantendo sempre nesse estado de eterna sobrevivência, por isso se permita olhar para sua vida hoje sem medo da dor de se perceber onde está, mas com a coragem de se permitir experimentar o que faz sentido, o que te possibilita sentir o prazer em estar vivo.