O litoral do Ceará vem sofrendo intensamente com a erosão devastadora nos últimos anos, o que resulta no avanço do mar e causa prejuízos aos atrativos naturais e à infraestrutura que impulsionam a economia da região. Um levantamento apontado que, dos 553 pontos da linha de costa evidenciada, 215 apresentaram erosão crítica em todas as 20 cidades costeiras do estado.
O Plano de Ações de Contingência para Processos de Erosão Costeira (PCEC), lançado em março, foi desenvolvido pela Secretaria do Meio Ambiente e Mudança do Clima (SEMA) em parceria com a Fundação Cearense de Apoio ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico (FUNCAP). Um dos locais mais atingidos é a Praia do Icaraí, no município de Caucaia.
Mesmo com a realização de obras para conter o avanço do mar, os moradores da Praia do Icaraí ainda convivem com os efeitos da erosão. Entre as causas que potencializam a erosão no litoral cearense, o professor responsável pelo estudo cita o desmatamento nas bacias hidrográficas, a impermeabilização do solo e a ocupação desordenada de áreas sensíveis, como dunas, falésias e manguezais.
Esses impactos se manifestam rapidamente, modificando a faixa de areia e limitando o uso das praias para lazer, turismo e habitação nas comunidades locais.
Com um litoral que se estende por mais de 570 quilômetros e abrange 20 municípios — entre eles Acaraú, Amontada, Aquiraz, Aracati, Barroquinha, Beberibe, Camocim, Cascavel, Caucaia, Cruz, Fortaleza, Fortim, Icapuí, Itapipoca, Itarema, Jijoca de Jericoacoara, Paracuru, Paraipaba, São Gonçalo do Amarante e Trairi —, o Ceará foi pesquisado pelo PCEC por meio de técnicas de sensoriamento remoto, a fim de monitorar as mudanças da linha costeira ao longo do tempo.