Sempre que penso sobre o tempo das coisas penso sobre controle, ou melhor, sobre a necessidade de ter controle sobre as coisas, esse pensamento chega pra mim como contrário ao que imagino sobre o que é o tempo das coisas.
Talvez esse tenha sido um dos maiores aprendizados da minha vida, aprender a esperar, mas não é esperar passivamente que algo aconteça, que um milagre aconteça por exemplo, é esperar em movimento, continuar fazendo aquilo que desejo e acredito mesmo que as coisas aconteçam fora do planejado, entender que existem coisas que não posso controlar e que elas têm um tempo de maturação para acontecer.
Quando eu era criança em diversos momentos tive que aprender a esperar e ouvia bastante as frases “agora não”, “tudo tem seu tempo”, ali eu já estava ensaiando para o que estava por vir na fase adulta. Olhando para trás até agradeço minha mãe pelas diversas vezes que fui frustrada, hoje é o que me sustenta para aguentar os nãos que a vida não cansa de nos dar.
Lembro que sempre gostei de planejar o futuro, como gostaria que tudo acontecesse, mas fui amadurecendo e sentindo o peso das não realizações desses planos, pelo menos não como eu sempre imaginei e isso foi me gerando muita raiva e decepção comigo mesma por não me sentir capaz de fazer aquilo. Mas quando olho para essas vivências hoje percebo que as coisas foram se encaixando ao seu modo, sem controle, pois na verdade o que eu menos tinha era controle.
Foi difícil para mim compreender que existe um tempo para tudo e que isso vai além dos meus desejos e da minha pressa de que algo aconteça. Isso me remete a história da borboleta, a qual precisa do seu tempo para sair do casulo e apesar de ser um tempo longo e sofrido ela precisa fazer isso sozinha, é o tempo de maturação dela, mas se alguém ficar com pena da borboleta e for tirar o casulo para que ela saia mais rápido ela pode não conseguir voar ou até mesmo morrer, pois aquele ciclo natural de desenvolvimento foi quebrado.
E isso é o que acontece com a gente em muitas fases da nossa vida, precisamos de um tempo de maturação dos nossos processos, no entanto a sociedade em que vivemos nos exige o contrário, estamos cada vez mais acelerados e menos conectados com quem somos.
E aí eu te pergunto, como podemos respeitar o nosso tempo de maturação para lidar com as coisas se nem nos conhecemos? É como se nem conseguíssemos identificar o que fazemos por desejo próprio do que fazemos porque a sociedade nos impõe ou se na verdade estamos é tentando atender as expectativas de alguém.
Viver querendo tudo para ontem te coloca em constante estado de frustração, pois não há controle sobre o que vai acontecer e quanto mais lutamos contra isso maior o sofrimento.
É preciso permitir que a fluidez da vida ganhe espaço e isso não significa parar de planejar a vida, pelo contrário é continuar planejando, mas consciente que talvez aquele planejamento ganhe rumos não esperados, as vezes até melhores do que você havia imaginado. Como dizem por aí, tudo tem seu tempo.
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