O atendimento a vítimas de um grave acidente de trânsito, na noite desta quinta-feira (06), expôs um problema crítico na Santa Casa de Misericórdia de Sobral: a falta de equipamentos essenciais. O tomógrafo da unidade está quebrado, impossibilitando exames fundamentais para diagnósticos precisos. Sem alternativa, pacientes que necessitam de tomografia ou ressonância são transferidos para outros hospitais, atrasando atendimentos e comprometendo tratamentos.
A crise na Santa Casa, principal hospital de referência em traumatologia da região norte do Ceará, vai além da falta de equipamentos. Pacientes internados enfrentam condições precárias, sem lençóis nas camas e deitando sobre colchões sujos ou sem proteção. Além disso, a escassez de medicamentos essenciais compromete tratamentos, colocando vidas em risco. Há relatos de falta de mais de 50 medicamentos, incluindo antibióticos cruciais para o combate a infecções, o que força mudanças nos protocolos médicos e pode prolongar internações.
Os profissionais de saúde também vivem um cenário de incerteza. Embora os salários não estejam atrasados, os funcionários estavam habituados a receber rigorosamente no dia primeiro de cada mês. A pontualidade no pagamento ocorreu até o mês de dezembro do ano passado, último mês do mandato do ex-prefeito Ivo Gomes, que havia decretado intervenção municipal sobre a unidade em setembro de 2022. A diferença neste mês provocou apreensão e fez relembrar os tempos em que a unidade, sob administração da Diocese, enfrentava constantes atrasos salariais.
REUNIÃO DO PREFEITO E POSSÍVEL DEVOLUÇÃO À DIOCESE
Diante do agravamento da crise, o prefeito Oscar Rodrigues se reuniu nesta semana com a direção do hospital. Entre os presentes, chamou atenção a participação do Bispo Diocesano de Sobral, Dom Vasconcelos, reforçando a possibilidade de que a Prefeitura devolva a gestão da unidade para a Diocese.
A questão gera apreensão entre os funcionários da Santa Casa. A intervenção da Prefeitura na unidade hospitalar, iniciada ainda na gestão do ex-prefeito Ivo Gomes, foi motivada justamente pelos problemas gerenciais enfrentados pela Diocese, que chegaram a levar à suspensão do atendimento oncológico na época. Durante a administração anterior da Diocese, os trabalhadores da saúde conviviam com constantes atrasos salariais e incertezas sobre a continuidade dos serviços.
Agora, com a possibilidade de retorno da gestão à Diocese, paira novamente a incerteza sobre o futuro do hospital e dos profissionais que atuam na unidade. Enquanto isso, a população segue sendo a principal prejudicada, sem garantia de um atendimento digno e eficiente na principal unidade de saúde da região.
O Sobral Portal de Notícias solicitou esclarecimentos à Santa Casa de Misericórdia de Sobral sobre a previsão de conserto do tomógrafo e sobre as denúncias de falta de medicamentos e lençóis. A matéria será atualizada assim que obtivermos retorno do hospital.
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