Após o sucesso estrondoso do primeiro filme, que conquistou o público e a crítica ao explorar de forma criativa o mundo das emoções humanas, Divertida Mente 2 chegou às telas com grandes expectativas. No entanto, a sequência, embora ainda encantadora, acaba apostando demais no que já funcionou antes, resultando em uma experiência que parece mais uma repetição do que uma evolução.
Desta vez, acompanhamos Riley, agora adolescente, enfrentando os desafios do Ensino Médio. As emoções que já conhecemos – Alegria, Tristeza, Raiva, Medo e Nojinho – continuam no comando, mas agora dividem espaço com novas emoções: Inveja, Tédio, Vergonha e, principalmente, Ansiedade. Esta última é a grande catalisadora da trama, representando os medos e incertezas típicos da adolescência. A ideia de introduzir novas emoções é interessante e abre espaço para explorar questões relevantes, como a pressão social, a busca por identidade e a ansiedade que acompanha essa fase da vida.
No entanto, o roteiro de Divertida Mente 2 peca por ser excessivamente seguro. A estrutura narrativa é muito semelhante à do primeiro filme, com as emoções embarcando em uma jornada para consertar algo que deu errado na mente de Riley. Essa repetição de fórmula resulta em várias cenas que parecem déjà vu, deixando o espectador com a sensação de que já viu tudo isso antes. É uma pena, pois o contexto da história – Riley lidando com a mudança para o Ensino Médio e o distanciamento de suas amigas – tinha potencial para abordar temas mais profundos e maduros.
Os novos personagens, especialmente Ansiedade, são o grande destaque do filme. A animação continua impecável, com a Pixar demonstrando toda sua habilidade em criar mundos visuais ricos e cheios de detalhes. As sequências dentro da mente de Riley são criativas e divertidas, mas falta uma inovação narrativa que justifique a existência dessa sequência.
Outro ponto que poderia ter sido melhor explorado é o desenvolvimento das emoções originais. Enquanto Alegria e Tristeza tiveram um arco significativo no primeiro filme, aqui elas parecem estagnadas, servindo mais como coadjuvantes do que como protagonistas. A dinâmica entre as emoções novas e antigas também poderia ter sido mais aprofundada, criando conflitos mais interessantes e reflexivos.
Apesar disso tudo, Divertida Mente 2 ainda tem seus momentos de brilho. A representação da Ansiedade é particularmente bem-feita, capturando a sensação de sobrecarga e incerteza que muitos adolescentes enfrentam. Além disso, o filme mantém o humor inteligente e o coração emocional que são marcas registradas da Pixar.
No final das contas, Divertida Mente 2 é uma sequência que pode até agradar, mas dificilmente irá surpreender. É um filme seguro, que repete a fórmula de sucesso sem arriscar muito. Para uma franquia que se propõe a explorar a complexidade das emoções humanas, é uma oportunidade perdida de mergulhar em temas mais profundos e desafiadores.
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