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Internacional Crítica

''Gladiador 2'' entretém, mas talvez não ecoe pela eternidade.

Filme chega aos cinemas 24 anos depois do original, de 2000

02/12/2024 18h26
Por: Gabriel Araújo
Cena de ''Gladiador II''. Foto: Reprodução/Universal Studios
Cena de ''Gladiador II''. Foto: Reprodução/Universal Studios

Gladiador é indiscutivelmente um dos grandes clássicos dos anos 2000. Reconhecido como o filme que reacendeu o interesse dos estúdios em produzir épicos, a jornada de Maximus Decimus Meridius — comandante dos exércitos do norte, general das legiões Felix e servo leal ao verdadeiro imperador Marcus Aurelius, pai de um filho assassinado, marido de uma esposa assassinada (ufa!) — conquistou dois Oscars, incluindo os prêmios de Melhor Filme e Melhor Ator para Russell Crowe em Gladiador. Embora tenha sido concebido como uma obra fechada, muitas pessoas sempre nutriram a expectativa de ver uma continuação. Por conta disso, não faltaram discussões por parte da Universal Studios para produzir algum tipo de sequência.

Cena de ''Gladiador II''. Foto: Reprodução/Universal Studios

Vinte e quatro anos depois, chega Gladiador II, idealizado pelo próprio Ridley Scott e protagonizado por um dos atores mais promissores do momento, o irlandês Paul Mescal, indicado ao Oscar de Melhor Ator por Aftersun. Na nova trama, após perder a esposa durante um ataque do exército romano, o camponês Lucius, interpretado por Mescal, é capturado e forçado a lutar no Coliseu. Aos poucos, ele descobre que Roma tem uma profunda ligação com o seu passado.

A história segue uma estrutura similar à do primeiro filme, alterando essencialmente apenas os personagens. Portanto, não espere algo muito diferente do que já foi visto. Nos minutos iniciais, o longa faz questão de trazer uma breve recapitulação de momentos-chave do original, que servem de base para o enredo desta sequência.

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Cena de ''Gladiador II''. Foto: Reprodução/Universal Studios

Se os personagens são novos, ao menos são interessantes? A resposta é: sim, mas nem todos. Paul Mescal demonstra muita segurança ao protagonizar sua primeira produção de grande orçamento e tem seus momentos de destaque. No entanto, o principal brilho do filme vem de Denzel Washington, no papel de Macrinus, que rouba a cena sempre que aparece, com um carisma que só um ator como ele consegue imprimir.

Cena de ''Gladiador II''. Foto: Reprodução/Universal Studios

As decepções ficam por conta dos gêmeos imperadores Geta e Caracalla, interpretados por Joseph Quinn e Fred Hechinger, respectivamente. Apesar de serem apresentados como figuras caóticas, o potencial de loucura de seus personagens nunca é explorado a fundo. Outra presença de peso no elenco é Pedro Pascal, que interpreta o general Lucius Verus, funcionando parcialmente como um antagonista. Do elenco original, temos o retorno de Connie Nielsen como Lucilla, que desempenha um papel importante na narrativa e traz à tona a memória do primeiro filme.

Cena de ''Gladiador II''. Foto: Reprodução/Universal Studios

A direção de Ridley Scott, embora competente, não está entre as mais brilhantes de sua carreira, ainda que haja um cuidado maior nas sequências de ação. A cidade de Roma, que no primeiro filme era praticamente um personagem, tem sua presença diluída aqui. Isso sugere que boa parte da trama política pode ter sido cortada para adequar o filme ao tempo de exibição nos cinemas. Conhecendo Scott, é possível que haja planos para um corte estendido, mas isso ainda não foi confirmado.

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Cena de ''Gladiador II''. Foto: Reprodução/Universal Studios

Gladiador II não alcança o impacto marcante do primeiro filme, mas oferece momentos de entretenimento. Ainda assim, parece estar constantemente à sombra da grandiosidade de seu antecessor.

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