Quando se pensa em Quentin Tarantino, dá para falar de várias características marcantes de seu trabalho, como o uso de canções dos anos 60, as diversas referências e homenagens a filmes antigos, entre outras coisas que definem seu estilo.
Mas se hoje ele é reconhecido por isso, é porque desde o início esses elementos foram se mostrando presentes em sua filmografia, e sendo refinados ao longo dos anos. Se voltarmos em seus dois primeiros filmes, que são Cães de Aluguel e Pulp Fiction: Tempo de Violência, iremos ver que já de início o diretor tinha um forte domínio sobre as histórias que queria contar.
Apesar de Cães de Aluguel ser um ótimo filme, não é dele que iremos falar hoje, e sim de seu sucessor, que está completando 30 anos de lançamento em 2024.
Um grande trunfo de Pulp Fiction é o seu roteiro, que embora conte uma história não tão original, resolve abordá-la de uma maneira mais inventiva que o convencional. Sendo contada por capítulos que estão fora de ordem, o longa consegue a todo momento nos manter curiosos para saber o desenrolar do que acontece no presente da narrativa, e em que momento se encaixam os acontecimentos, se são no futuro, ou no passado, além dos diálogos mundanos, mas ao mesmo tempo, envolventes. Aliás, o filme não tem esse nome por acaso, já que ‘’pulp fiction’’, que pode ser traduzida como ‘’ficção de polpa’’, era um tipo de história comum antigamente nos Estados Unidos, sendo a polpa que sobrava das impressões de papel que era reaproveitada fazendo histórias mais baratas para serem vendidas. Vale lembrar que Pulp Fiction ganhou o Oscar de Melhor Roteiro Original.
Algo que Tarantino acabou se tornando especialista foi em trazer para os holofotes novamente atores que estavam esquecidos, e em Pulp Fiction não é diferente. O filme foi responsável por fazer ressurgir a carreira de John Travolta, que vinha de uma sequência de trabalhos pouco notáveis ao longo dos anos, mas que encontrou uma nova chance no papel de Vincent Vega. Lembrado pelas danças de Grease: Nos Tempos da Brilhantina e Nos Embalos de Sábado à Noite, seu personagem também tem um momento dedicado a mostrar seus passos ao lado de Uma Thurman, ao som de You Never Can Tell, de Chuck Berry. O fato de ter outros medalhões no elenco, como Christopher Walken e Harvey Keitel, também ajudou a dar mais credibilidade ao projeto.
Pulp Fiction ainda foi responsável por alavancar a carreira de diversos atores. Foi o caso de Samuel L. Jackson, que viu a carreira mudar completamente depois desse longa, e ele já tinha 46 anos quando fez o filme. Também tem a presença marcante de Uma Thurman como Mia Wallace, que mesmo tendo pouco tempo de tela, foi suficiente para render uma indicação para Atriz Coadjuvante no Oscar de 1995. Ambos iriam firmar uma grande parceria com Tarantino ao longo dos anos, participando de diversos outros filmes do diretor. Bruce Willis também está presente na produção, e na época era uma estrela em ascensão em Hollywood.
A trilha sonora de Pulp Fiction é um ponto alto e que define bem o estilo do filme. Como mencionado anteriormente, uma das marcas registradas de Tarantino é trazer para seus filmes canções antigas, especialmente, da década de 60 e 70, que são colocadas de forma tão pontual que acabam sendo ressignificadas. A própria música que abre o filme, ‘’Misirlou’’, interpretada por Dick Dale & His Del-Tones, acabou se tornando uma associação direta ao filme. Outros destaques em Pulp Fiction ficam para ‘’You Never Can Tell’’ de Chuck Berry, ‘’Let’s Stay Together’’ de Al Green, e ‘’Surf Rider’’ dos The Lively Ones.
Dá para falar de vários outros elementos que se tornaram icônicos devido ao filme. A maleta brilhante, a discussão sobre massagem nos pés, o corte de cabelo de Mia, Ezequiel 25:17. 30 anos após seu lançamento, Pulp Fiction pode ser definido como um verdadeiro clássico dos anos 90, sendo alvo de discussões até os dias de hoje, e se você ainda não viu, fica aqui a recomendação.
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