Banco Central aponta que cerca de R$ 20 bilhões são gastos por mês com bets

O Banco Central estima que os apostadores brasileiros gastaram entre R$ 18 bilhões a R$ 21 bilhões por mês com as bets, no período de janeiro a agosto de 2024.

Os dados estão em estudo solicitado pelo senador Omar Aziz (PSD-AM), que fez pedido para que a Procuradoria-Geral da República (PGR) peça ao Supremo Tribunal Federal (STF) a suspensão das bets até a total regulamentação no país.

De acordo com análise dos recursos para este setor, os apostadores gastaram R$ 20,8 bilhões no mês de agosto. Para termos de arrecadação, a Caixa Econômica Federal arrecadou R$ 1,9 bilhão com todos os jogos no mesmo período.

Conforme o BC, cerca de 24 milhões de pessoas participaram de jogos de azar e apostas, realizando ao menos uma transferência via Pix para essas empresas no período de janeiro a agosto desse ano.

Em relação ao perfil dos apostadores, a maioria tem entre 20 e 30 anos, embora as apostas sejam realizadas por indivíduos de diferentes faixas etárias.

O valor médio mensal das transferências aumenta conforme a idade, de acordo com o levantamento da autoridade monetária. Os mais jovens gastam em torno de R$ 100 por mês, enquanto para os mais velhos o valor ultrapassa R$ 3 mil mensais, de acordo com os dados de agosto.

No mês passado, estima-se que 5 milhões de pessoas pertencentes a famílias beneficiárias do Bolsa Família enviaram R$ 3 bilhões às empresas de aposta utilizando a plataforma Pix, sendo a mediana dos valores gastos por pessoa de R$ 100.

O senador Omar Aziz ressaltou que os dados são alarmantes quanto ao endividamento das famílias e critica a ação de influenciadores e esportistas no setor:

"Apenas 0,8% volta aos apostadores, porque 99,2% fica com as bets. E você vê ídolos, influencers induzindo as pessoas mais humildes, porque quem ganha Bolsa Família é muito pobre. São pessoas jogando porque estão sendo influenciadas. O que estão fazendo é o mesmo que o traficante quando induz o jovem a usar drogas".

Conforme estudo da Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), no primeiro semestre do ano, aproximadamente 1,3 milhão de brasileiros já tinham dívidas em atraso em razão dos cassinos on-line, muitos dos quais utilizam o cartão de crédito sem controle.