Já se foram 6 meses de 2024, e dentre sucessos de bilheteria, de público, de crítica, muitos filmes chamaram atenção desde então. Nesse texto, comunicadores de Sobral e região elegem seus favoritos do ano até aqui.
Para metade do ano tivemos muitas surpresas no terror, até agora. Dentre os que eu assisti, talvez, meu favorito seja A Primeira Profecia, prequel do clássico A Profecia (1976), entretém e instiga mesmo aqueles que não assistiram aos filmes anteriores.
Contando a história de uma jovem no início de sua vida como freira, essa recém chegada na Itália, e sem conhecer ninguém. Embora a premissa seja clichê, e você já tenha visto dezenas de filmes assim, esse impacta e te prende desde a cena da abertura, ao mesmo tempo que conecta o filme novo com o clássico, agraciando os fãs de terror com uma bela cena gráfica, além de uma fotografia quase divina em um momento decisivo.
A Primeira profecia não nega os clichês, mas se apropria deles muito bem. Mesmo quem é fã da franquia vai se pegar questionando se sabe mesmo o que está acontecendo ali. Um ótimo filme, com belas cenas, desenvolvimento de tensão esticado até o fim do filme para lhe acertar como uma baladeira, e uma bela referência para quem é fã de Possession (1981).
Tenho muitos problemas com o primeiro Duna. Com um caráter introdutório de origem de saga que não me agrada de forma alguma, eu não tinha muitas expectativas para a sequência, mas ainda bem que eu estava enganado.
Agora com as peças colocadas no tabuleiro, Denis Villeneuve traz em Duna: Parte Dois tudo que ficou faltando no filme anterior, entregando uma ficção científica como não via há muito tempo no cinema. Com fortes alegorias à fé como instrumento de mobilização de massas, a história alcança novos ares e deixa espaço para vermos muito mais da adaptação cinematográfica dos livros de Frank Ebbert (confira minha crítica completa do filme aqui).
Meu destaque de 2024 vai para um filme ignorado pelo público!
Em "Furiosa: Uma Saga Mad Max", George Miller ressuscita a Wasteland e aprofunda seu universo pós-apocalíptico como poucos cineastas poderiam fazer.
Com a minha direção favorita do ano até agora, o filme traz um espetáculo visual que precisa de muito pouco ou quase nenhuma linha de diálogo para contar sua história rica em subtexto político e filosófico.
Discutindo da teologia ao ambientalismo, o diretor e roteirista coloca em perspectiva a maneira como o ser humano conduz sua existência na relação com seu meio e com a sociedade, com muito fogo e sangue!
Simplesmente obrigatório!
Nota do editor: (Confira minha crítica do filme aqui)
Eu não estava preparado para o que eu iria encontrar quando dei play em In a Violent Nature. Uma produção canadense, fora do eixo tradicional do estilo, trouxe uma nova perspectiva sobre o gênero.
Diferente dos últimos títulos do terror slasher lançados, esse longa nos mostra a visão de Johnny, o assassino da vez. Só ele importava a partir daí. Ou seja, ninguém está interessado em conhecer as vítimas. Nesse filme os personagens são bem irrelevantes, na verdade. O foco aqui é o assassino e como ele faz o que faz. Nos primeiros minutos, a estranheza da construção das cenas traz um leve incômodo de se perguntar "o que tá acontecendo aqui?", mas logo você se acostuma com a ideia e direção do longa.
De volta aos olhos do assassino, o filme te coloca num lugar em terceira pessoa, quase que como se realmente você estivesse ali, assistindo de lado, em todas as cenas de assassinatos cruéis, bizarros e, sim, muito violentos. Em um tom contemplativo, o filme tenta traduzir a maldade pela maldade. Cru, sem trilha marcante, sem efeitos exagerados de câmera, simplesmente cenas brutais e às vezes com direito a muito sangue.
Aqui a intenção não é aprofundar nada. Ele até tenta se aprofundar em alguns assuntos, mas se perde um pouco. O filme é a vingança de uma "assombração" que não conhece outra coisa a não ser matar. Essa é a sua natureza. Com muitas referências a outros filmes de terror, principalmente Sexta-Feira 13, In a Violent Nature traz uma nova perspectiva que não vai agradar todo mundo, mas tem ali o seu louvor e os créditos pela tentativa.
PS: se eu fosse aquela menina, eu teria pulado do penhasco, teria sido menos doloroso!
Se você tem o mínimo de contato com cinema ou com a internet, foi, praticamente, impossível passar por esta primeira metade de 2024 sem ter ouvido falar do “filme da Zendaya”.
Challengers foi um fenômeno de divulgação antes mesmo do seu lançamento, prometendo um respiro entre os grandes lançamentos, com um thriller erótico dentro do Tênis competitivo.
A entrega saiu melhor que o combinado e Luca Guadagnino surpreende com uma trama original, tensa e sensual, com um trio protagonista tão complexo e bem construído que torna impossível de piscar e perder o mínimo lance, tal qual uma partida de Tênis.
Todos os aspectos desse filme são destaques, mas em especial, vale destacar a edição e a trilha sonora, que, respectivamente, empurra adrenalina com cortes em pingpong meio à argumentos absurdamente escritos e estoura os alto-falantes com um synth pesado criando aquele clima sensual e competitivo.
Nota do editor: (Confira meus comentários sobre o filme aqui)
O filme Guerra Civil nos leva a refletir profundamente sobre diversas situações de nossa sociedade, vistas pela perspectiva dos jornalistas que atuam na linha de frente. Se fizermos uma autocrítica, é possível perceber como essas reflexões se aplicam a muitas situações do nosso dia a dia. As cenas são tão frias e apáticas que expõem a crueldade de nossa própria inércia.
Nota do editor: (Confira minha crítica do filme aqui)
Sem dúvidas o meu filme favorito do primeiro semestre de 2024 é Rivais. Toda a construção do filme é fascinante, o que me prendeu na história do início ao fim. O longa tem um elenco muito bom que entrega personagens com personalidades distintas que nos faz até escolher de qual lado dessa “briga” vamos ficar. Mas de todos os pontos positivos do filme, a trilha sonora pra mim foi o mais genial, porque complementa cada cena, cada momento de tensão, envolvendo na trama ainda mais quem está assistindo.
Uma coprodução luso-brasileira, dirigido pelo cearense Leonardo Mouramateus, “Greice” é a personificação do jeitinho brasileiro ingênuo. A história acompanha as desventuras da personagem título: Greice (Amandyra) é uma estudante de Belas Artes em Portugal que por conta de uma série de infortúnios causados por sua personalidade caótica precisa retornar a Fortaleza para consertar suas tramóias. De volta à cidade em que nasceu, a personagem embarca numa jornada de reconhecimento de si.
Bem humorado, cheio de vitalidade e estabelecendo uma forma descontraída de amarrar as diversas enrascadas na qual Greice se entrelaça, o filme é de uma energia de juventude esmagadora. Através do ótimo timing cômico do elenco, com destaque para a atriz Amandyra que interpreta Greice, o longa estabelece mais do que apenas humor, oferecendo novas formas de abraçar narrativas negras que não passem necessariamente por questões identitárias, mas corpos que vivem, que erram, que tropeçam mas que não deixam de levar a vida com leveza.
Outro destaque é a forte condução do diretor Leonardo Mouramateus e o seu olhar impecável para a montagem, primoroso em estabelecer um humor cotidiano pautado em longos planos, cortes meticulosos e uma linha tênue entre o drama e a comédia que não deixam a peteca cair em nenhum momento. Greice é cinema brasileiro e cearense leve, de qualidade, potente, com capacidade de rir de si próprio e das desgraças da vida.
Vencedor do Prêmio Olhar de Melhor Filme na Competitiva Brasileira do Festival Internacional Olhar de Cinema, Greice estreia nos cinemas dia 18 de Julho.
Sem dúvida alguma, Guerra Civil é o filme do ano!
É um filme que traz uma ambientação de um futuro que não parece estar tão distante da gente e ao mesmo tempo nos apresenta reflexões pesadas sobre o que é o jornalismo “da vida real” e, em especial, de coberturas jornalísticas em cenários de crise. É vibrante, sensível e intrigante como foi feita a narrativa deste filme. Acredito que todo acadêmico de jornalismo e jornalista precisa ter a experiência de sentir esse filme.
Um dos melhores roteiros que já vi!
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