Tudo chega ao mesmo tempo, as vezes vem uma sensação de que não daremos conta. Mas olha que loucura, quanto mais acelerada a mente fica com tantas atividades, menos conseguimos colocar algo em prática. E aí vem o dilema, devemos relaxar para a resolução dos problemas ou resolver os problemas para depois relaxar? Aqui a ordem dos fatores altera o resultado?
Desacelerar. Mas como, se o mundo me pede produtividade? 1, 2, 3, 4, 5, 6, 7, 8, 9, 10 respirações profundas e nenhuma solução, as técnicas aprovadas cientificamente podem até nos ajudar, mas acredito que o que precisamos vai além disso.
Expectativas, desejos, frustrações, “ter que”, “deveria que”, sabe aquele copo que foi enchendo com coisas que nos chateavam? Pois é, talvez ele já esteja transbordando.
Eu entendo que em muitos momentos o que verdadeiramente queríamos era jogar tudo para o alto e ter a sensação, por alguns instantes, de não ter os pés no chão, de ser livre de tantas responsabilidades, que se acumulam, pois temos as responsabilidades que realmente são nossas e as que assumimos, ou seja, tomamos para si, como se fossem nossas, como se não bastasse tudo o que já carregamos.
Sabe aquela criança obediente, que cuida dos irmãos, que não desobedece, que deixa de fazer o que deseja para agradar o outro e que faz de tudo para não chatear os pais? Está na hora de deixá-la ir ou de acolhê-la, você não acha? Viver a vida assim cansa, não é mesmo? Já parou para pensar onde você consegue ser você mesma (não falo aqui apenas de espaço físico)? Sem julgamento e livre. Eu, por exemplo, consigo na escrita, e você?
A sensação que tenho é que quando escrevo jogo palavras no ventilador, me esvaziando de alguns incômodos, as quais podem ser lançadas ao vento, sem endereço nem destino, só vai e assim chega a quem de fato precisa delas.
Já pensou se fôssemos como o vento, livre, leve, sem definição, podendo se expandir por onde desejar, sem forma determinada e mesmo assim ter força suficiente para mover montanhas. A vida acontece no movimento e talvez seja disso que precisamos, da leveza que gera movimento, e isso não se alcança forçando ou racionalizando, é preciso sentir o que nosso corpo nos pede, o que nossas emoções nos apresenta, permitindo que elas se manifestem no nosso cotidiano.
Glaciliana Angelo
Psicóloga Clínica - CRP 11/12950
@glacilianaangelo
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